Plano Juventude Negra Viva celebra um ano de avanços

Ações de 18 ministérios impactam diretamente na vida de jovens negros

Plano Juventude Negra Viva celebra um ano de avanços
Jediael Lucas participou do intercâmbio de curta duração Caminhos Amefricanos, uma das dez ações prioritárias do Programa Juventude Negra Viva.

Programa Juventude Negra Viva: Caminhos Amefricanos

Fotos Agência Gov.

Jediael Lucas viveu boa parta da vida em Ceilândia, no Distrito Federal. O recém-graduado em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) foi aprovado no mestrado do mesmo departamento antes mesmo de concluir a licenciatura na área. “Uma das oportunidades que tive, o intercâmbio Caminhos Amefricanos, foi decisivo para que eu tivesse sucesso nessa seleção”, afirma. As informações são da Agência Gov.

Após sair de Ceilândia, ele se mudou para o Riacho Fundo II, onde também seguiu estudando em escola pública e, após concluir o Ensino Médio, fez um cursinho popular, que o ajudou na aprovação na UnB, pelo sistema de cotas. Jediael conta que sempre buscou se envolver com grupos de pesquisa e estudos, e por isso se inscreveu para o intercâmbio, que não teria outra chance de fazer se não fosse o edital, resultado da parceria entre MIR e CNPq.

“Busquei abrir caminhos. Poder visitar um país que faz parte da narrativa política das relações entre o Brasil e o continente africano ajuda muito a quem é da área da educação”, afirma Jediael.

Uma das dez ações prioritárias do Programa Juventude Negra Viva (PJNV) , o intercâmbio de curta duração Caminhos Amefricanos, faz parte das 217 ações pactuadas com 18 ministérios. Exemplos como o de Jediael, materializam o impacto não apenas dessas ações, mas dos 11 eixos de atuação do pacote de políticas para ampliar as oportunidades e diminuir os índices de violência que atingem, de forma desproporcional, jovens negros de 15 a 29 anos no Brasil.

A história de Jediael só pode ser contada porque uma das premissas do PJNV foi , na busca de soluções para reais demandas da sociedade, criar um programa a partir da escuta sistematizada de mais de 6 mil jovens de todo o país: eles opinaram sobre o que consideravam prioritário e essencial para o bem-viver da juventude negra.

“Esse plano mostra a nova forma unificada de pensar políticas públicas, considerando a transversalidade da promoção da igualdade racial, que nós, com foco na juventude negra brasileira, priorizamos. São ações que respondem a demandas reais”, declara a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Um Ano

“O PJNV também impacta em uma mudança cultural na formulação de políticas voltadas para a juventude negra”, coloca a secretária-executiva do MIR, Roberta Eugênio. Medidas institucionais, como a formulação de diretrizes técnicas e a formação para abordagem policial envolvendo crianças e adolescentes e diretrizes sobre utilização de câmeras corporais, já foram implementadas total ou parcialmente e há avanços na base de dados de ocorrências policiais com recorte de raça e cor.

Outra ação que avançou neste último ano, também no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), é o projeto Escritório Popular da Juventude, que impacta tanto jovens do sistema socioeducativo quanto estudantes de direito da Universidade Federal do Ceará (UFC). A coordenadora de Políticas Públicas da Juventude e presidente do Comitê Gestor do Escritório Popular da Juventude João Nogueira Jucá, Gabriela Gomes, conta que a ação faz muita diferença na vida dos estudantes bolsistas, que recebem um auxílio mensal de R$ 700, e na dos jovens privados de liberdade que recebem atendimento jurídico.

“Os jovens do sistema socioeducativo estão tendo um acesso e uma atenção que não tinham, com acesso humano à justiça para eles e seus familiares. E os estudantes, além da experiência, conseguem permanecer num curso de Direito, espaço muito elitista. A gente faz a diferença”, afirma.

Assim como as ações do MJSP, no Ministério do Desenvolvimento Agrário, há melhorias no registro da produção de quilombolas e comunidades tradicionais, com selo de origem. Já no Ministério da Saúde, por exemplo, a implantação de estratégias e dispositivos de gestão em saúde que, entre outras variáveis, enfrentam desigualdades de raça, também avançou, juntamente com o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Equidade.

“Com esse esforço amplo, pensado de forma conjunta e integrada por tantos órgãos do Governo Federal, podemos observar que a preocupação com a promoção da igualdade étnico-racial e com nossa juventude negra, passa a estar presente na formulação de políticas públicas e seguiremos trabalhando para que isso se intensifique”, pontua a secretária Roberta.

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