Em crítica a jornais de Colatina, Pepê Vasconcellos pede menos parcialidade da mídia local

“Há evidências que deixam claro o partidarismo de alguns jornais locais, servindo de resistência e de porta-vozes daqueles que perderam espaço ou influência no cenário político local.”

Em crítica a jornais de Colatina, Pepê Vasconcellos pede menos parcialidade da mídia local
Foto: arquivo pessoal

Por Guilherme Augusto Zacharias

Em Colatina, o imbróglio entre o grupo político e partidário do ex-prefeito Guerino Balestrassi (MDB) e o atual, Renzo Vasconcelos (PSD), ultrapassou a esfera política, chegando ao âmbito midiático com uma parcialidade escancarada, a ponto de, não raro, publicações malfeitas, pautadas na pressa e em fontes não confiáveis ou até fictícias, envolvendo não somente o prefeito e sua gestão, mas até mesmo o Centro Universitário do Espírito Santo – Unesc, que pertence à família Vasconcellos –, serem a tônica do jornalismo praticado por quase todos os jornais locais – alguns, apócrifos -, na maioria das vezes contra a atual gestão municipal.

Dentro desse contexto, a Casa Texto ouviu a única voz de trato íntimo com o poder municipal até aqui disposta a vir a público protestar contra a parcialidade desses veículos de comunicação da cidade quando o assunto diz respeito ao atual grupo político que comanda a Prefeitura de Colatina.

O cirurgião dentista e estudante do quinto ano do curso de medicina do Unesc, o colatinense Pergentino Vasconcellos Neto de Araújo, o Pepê Vasconcellos, primo do atual prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos, em entrevista exclusiva à Casa Texto, saiu em defesa da atual administração municipal frente ao posicionamento de parte da imprensa do município.

É como se houvesse um filtro seletivo sobre o que deve ou não ser publicado, conforme conveniências editoriais ou políticas”.

Pepê, que foi candidato derrotado a vereador nas eleições de 2024 pelo Partido Popular (PP), faz também um balanço da atual gestão municipal, destacando que “embora tenha parentesco com o prefeito, minhas opiniões não se fundamentam nesse vínculo pessoal, mas sim na minha visão objetiva do que tem sido feito e do que representa, hoje, a atual gestão para o município de Colatina”.

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Casa Texto – Por que a instituição Unesc, a família Vasconcellos e o próprio Renzo Vasconcelos não vêm a público para se defender da maioria das acusações e ilações desferidas, muitas vezes criminosa e irresponsavelmente, a eles em grupos de mídias sociais e parte da imprensa local?

Pepê Vasconcellos – Algumas perguntas não cabem a mim responder, pois não represento oficialmente nem o Unesc nem a Prefeitura. No entanto, as questões de cunho meramente político, não vejo problema em abordá-las.

Casa Texto – O senhor poderia esclarecer qual a sua relação ou envolvimento com a Prefeitura de Colatina ou com a administração municipal, considerando seu parentesco com o prefeito Renzo Vasconcelos?

Pepê Vasconcellos – Faço questão de deixar algo muito claro: não ocupo cargo na Prefeitura, nem faço parte diretamente da administração municipal. Ainda assim, tenho me posicionado de forma firme e constante quanto à postura de determinados meios de comunicação.

Isso não é jornalismo sério. Isso não é compromisso com a verdade.”

Casa Texto – Qual seria essa postura?

Pepê Vasconcellos – Não defendo que a imprensa deva ser parcial — longe disso. Mas o que temos presenciado é ainda mais grave: uma distorção deliberada dos fatos, a criação de narrativas onde não há notícia, e, por outro lado, o silêncio absoluto quando o assunto (positivo) envolve o prefeito. É como se houvesse um filtro seletivo sobre o que deve ou não ser publicado, conforme conveniências editoriais ou políticas.

Casa Texto – Diante dessa conduta de distorção e seletividade que o senhor descreve, como avalia a qualidade desse tipo de jornalismo praticado por parte da mídia local?

Pepê Vasconcellos – Isso não é jornalismo sério. Isso não é compromisso com a verdade. Infelizmente, essa postura me fez perder a confiança em parte da mídia local.

Casa Texto – Contrastando com a postura que o senhor critica, na sua opinião, qual seria o papel que o jornalismo deveria, idealmente, cumprir?

Pepê Vasconcellos – Sempre defendi que o papel do jornalismo é fundamental: cobrar, fiscalizar, reconhecer acertos e denunciar erros. É uma das engrenagens mais importantes da democracia. Sem imprensa livre e responsável, não há democracia plena. Mas parece que alguns veículos ainda não compreenderam o verdadeiro sentido da profissão que exercem.

Casa Texto – Considerando seu parentesco com o prefeito de Colatina, de que maneira o senhor imagina que as pessoas entendam a base de suas análises e posicionamentos sobre a gestão atual?

Pepê Vasconcellos – Falo aqui com a responsabilidade de quem é, antes de tudo, cidadão colatinense. Embora tenha parentesco com o prefeito, minhas opiniões não se fundamentam nesse vínculo pessoal, mas sim na minha visão objetiva do que tem sido feito e do que representa, hoje, a atual gestão para o município de Colatina.

Casa Texto – Em sua opinião, como a rivalidade extrema tem afetado o debate sobre a administração pública em Colatina, e qual o papel que alguns veículos de imprensa têm desempenhado nesse cenário?

Pepê Vasconcellos – Infelizmente, o ambiente político em nossa cidade tem se tornado cada vez mais polarizado, o que dificulta o debate qualificado sobre os rumos da administração pública. Em vez de discussões técnicas e propositivas, vemos ataques sistemáticos que muitas vezes extrapolam a crítica legítima. E esse cenário é agravado por parte da imprensa local, que, notadamente, tem adotado uma postura de parcialidade bastante evidente.

Casa Texto – Pode explicar melhor essa “parcialidade”?

Pepê Vasconcellos – Há veículos que fazem questão de publicar apenas conteúdos que denigram a imagem da gestão, omitindo avanços importantes. E, quando eventualmente noticiam algo positivo, o fazem com chamadas frias, pouco atrativas ou até desestimulantes, o que não condiz com a responsabilidade social do jornalismo. E, neste caso, há evidências que deixam claro o partidarismo de alguns jornais locais, servindo de resistência e de porta-vozes daqueles que perderam espaço ou influência no cenário político local.

Casa Texto – Ao analisar as críticas dirigidas à atual gestão municipal em Colatina, que fatores ou contexto o senhor considera importante levar em conta?

Pepê Vasconcellos – Sobre o conteúdo das críticas, é preciso lembrar que esta gestão assumiu uma cidade visivelmente desgastada, fruto de décadas sob o mesmo grupo político. Romper com essa lógica, mudar processos, corrigir distorções e reconstruir a máquina pública exige tempo, coragem e uma dose elevada de enfrentamento, mas já há resultados concretos que não podem ser ignorados.

Casa Texto – E que resultados seriam esses?

Pepê Vasconcellos – Cito, por exemplo, a extensão do horário de atendimento dos postos de saúde, permitindo que trabalhadores sejam atendidos fora do expediente tradicional — uma ação simples, mas que demonstra sensibilidade social. Outro exemplo é a entrega de uniformes escolares, algo inédito na história da rede municipal de ensino em Colatina, que garante dignidade e igualdade às crianças. Soma-se a isso o fortalecimento das ações culturais e o olhar atento ao desenvolvimento econômico, com projetos estruturantes que estão sendo gestados para colocar Colatina em posição de destaque no cenário capixaba.

Casa Texto – Para terminar, qual a sua mensagem sobre o que motiva seu apoio a esta gestão e sobre a importância de um debate público qualificado para o futuro de Colatina?

Pepê Vasconcellos – Apoio essa gestão não por afinidade familiar, mas por convicção. Convicção de que Colatina está hoje sob a liderança de alguém com seriedade, preparo técnico e compromisso com a coletividade. Isso não significa apoiar de forma acrítica. Toda gestão é passível de erros — e deve ser cobrada por eles —, mas é preciso reconhecer também os acertos. Só assim o debate público ganha qualidade e a cidade avança.

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