‘Caos’ no sistema de indenização da Samarco prejudica vítimas de Mariana

Advogados denunciam a falta de justificativa em rejeições, a inconsistência nas decisões e a ineficácia dos canais de contestação…

Caos no sistema de indenização da Samarco prejudica vítimas de Mariana
Indenizações vêm sendo recusadas por ausência de documentos que, inicialmente, nem eram solicitados. Até papéis com firma reconhecida estão sendo rejeitados.

Lucas Ragazzi/O Fator

Foto reprodução internet

Advogados de vítimas da barragem de Mariana denunciam um “caos institucional” após o novo acordo de reparação. Alegam que o fim das ações judiciais e a centralização das indenizações no Programa de Indenização Definitiva (PID) entregaram à Samarco o poder de decidir quem será reparado, sem mecanismos claros de recurso.

Relatam rejeições de pedidos sem justificativa, decisões inconsistentes e falta de canais eficazes para contestações. O PID prevê R$ 35 mil por atingido, com prazo até 26 de maio e pagamentos a partir de 2025, para quem não foi indenizado e se cadastrou até 2021 ou acionou a Justiça até outubro de 2021.

Advogados listam problemas como cancelamentos sem motivo, descumprimento de decisões, dificuldades de comunicação e encerramento sumário de processos. Apontam falta de padronização nas análises da Samarco e Fundação Renova, agravada pela homologação do acordo pelo STF sem instâncias claras para impugnações.

Mais Erros

Entidades e advogados criticam a fragilização da defesa, com relatos de processos encerrados sem aviso, exigências retroativas e recusas subjetivas. A reparação é vista como um sistema que beneficia as empresas, mantendo o controle do processo, enquanto as vítimas esperam e os advogados são impedidos de atuar.

O Portal do Advogado tem respostas lentas ou inexistentes, causando perdas de direitos. A análise do PID concentra todas as funções na Samarco e Renova, desde a análise de documentos até a decisão final. Divergências e aleatoriedade nas decisões de documentos são comuns.

Casos individuais ilustram as falhas, como um pedido paralisado por um vínculo inexistente com a agropecuária, sem direito a recurso. Indenizações são negadas por falta de documentos não exigidos originalmente. Até documentos com firma reconhecida são rejeitados.

A FredaRio aponta problemas nas plataformas NOVEL e PID, como impossibilidade de novos pedidos para casos finalizados, erros de cadastro e falta de uniformização de critérios. Há relatos de “bugs” e bloqueio indevido de CPFs. Prazos curtos, falta de transparência e restrição a mudanças de advogados também são obstáculos.

Advogados cobram atuação das instituições de justiça que homologaram o acordo para garantir a legalidade e os direitos dos atingidos. Alertam para o risco de injustiça e revitimização.

A Samarco afirma que realiza reuniões para esclarecer dúvidas e que cumpre rigorosamente o acordo, com fluxos de comunicação para os advogados. Informações estão disponíveis no site da empresa.

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